Não escolhi a arte, apesar de ser filha de poeta, o poeta Francisco Piedade, não posso negar o meu legado cultural, de ter sido criada num ambiente com leitura, rodas de poesias, lançamentos de livro e, claro, o incentivo à leitura. Mas o que me deixou por um bom tempo, ou melhor, tomou conta da minha emoção e alma, foi a questão social e desde cedo estive preocupada com um projeto societário mais digno, menos excludente. Entrei no movimento estudantil, fui militante e escolhi a profissão de Assistente Social para mediar entre o estado e a sociedade através da socialização de informações sobre os direitos sociais.E a arte foi chegando devagar e rápido, devagar por que esperou o momento certo e rápido porque, quando a arte me escolheu, eu saí do armário, esse armário que estava fechado e cheio de cartas, segredos, vivências, dores, alegria, amor, anseios, frustrações,vitórias, derrotas, sonhos alcançados, perdidos e inacabados, prazer... e tirei uma das cartas e, pasmem, não estava apagada, apesar do tempo, e para o meu espanto as pessoas disseram: VOCÊ É UMA ARTISTA! E aqui estou, pois sem o público e a sua participação não teria percebido a arte em mim, por mim e para ti.
Me olho no espelho, procuro a minha imagem e não me reconheço, procuro os meus sinais e os desconheço, procuro a juventude, não a vejo, procuro por eu mesma e a imagem está ali...percebo que está tudo distorcido diante de mim, mas como criança entro nesse espelho e observo alheia, pois lá dentro eu encontrei os meus brinquedos! (LÍLIAN PIEDADE) "A arte é o espelho e a crônica da sua época" (William Shakespeare)
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